quarta-feira, 20 de maio de 2009

Os sete pecados do emprego: especialista fala sobre os principais fatores de demissão.

Os sete pecados do emprego: especialista fala sobre os principais
fatores de demissão. Veja as condutas erradas e previna-se
Fonte: http://www.noticenter.com.br/noticia/?COD_NOTICIA=7844

Por Marina Melz

Esqueça a crise por um momento. Exclua também os problemas de cortes
de gastos e justas-causas – ações antiéticas como roubos, por exemplo.
O que leva um funcionário a ser dispensado? Que aspectos
comportamentais podem ser decisivos para a decisão de mandar alguém
embora?

O Noticenter foi pesquisar. A consultora Giovana Tensini de Aguiar, da
SBA Associados, nos trouxe os sete fatores que podem causar a demissão
de um funcionário. "São questões de cunho técnico, comportamental e
gerencial que acontecem muito, e causam problemas aos funcionários e
às corporações", assinala.

PERDER O ENCANTO

"Emprego tem prazo de validade. Se você acorda todos os dias e pensa
que não gostaria de ter que acordar para ir até o seu emprego, seus
superiores vão perceber isso", afirma Giovana. Ela diz que isso pode
ter vários motivos, desde desvalorização até a ausência de novos
desafios, mas deve partir do colaborador mostrar interesse em ser
desafiado.

"Se vê muitas pessoas que, quando são demitidas por isso, colocam a
empresa como culpada. É função dela, sim, valorizar e possibilitar o
crescimento profissional dos funcionários. Mas é também função do
funcionário, mostrar que ele tem disposição e vontade de algo mais",
explica a consultora.

FALTA DE INVESTIMENTOS NA CARREIRA

Nenhuma empresa gosta de profissionais acomodados. "E não falamos só
de formação acadêmica. Você não precisa ser PhD na sua área de atuação
para mostrar que se interessa, que busca informações", explica
Giovana. "Buscar informações, ler materiais especializados, buscar
novas ideias e conceitos e tentar aplicá-los a realidade a sua volta é
essencial", diz.

Saber das movimentações do mercado – o que os concorrentes estão
fazendo, por exemplo – e, mais, buscar ler os fatos e transmiti-los
para a realidade das empresas é uma das dicas. "A crise é um ótimo
exemplo. Você sabe como ela vai afetar os negócios da empresa onde
você opera?", pergunta a especialista. "São coisas pequenas, mas que
podem fazer toda a diferença quando a empresa busca um profissional
ágil, ligado com o que está acontecendo a sua volta", complementa.

Ela afirma que é fácil perceber quem tem esse tipo de preocupação
dentro de uma companhia. E também é fácil ver quem não tem.

NÃO BUSCAR O FEEDBACK

A prática do feedback está crescendo nas companhias. Muitas delas
estão adotando a ferramenta como forma de incentivar uma avaliação por
parte dos funcionários e aumentar a produtividade. Mesmo para as
empresas que não têm essa prática, é fundamental que o profissional
busque saber quais são suas principais características que precisam
ser desenvolvidas.

"Um dos pecados para os funcionários é não buscar saber no que ele
pode melhorar. O feedback, mesmo que informal, também é de interesse
dele. Não demonstrar que quer evoluir, corrigir os erros, é um dos
motivos que levam muitos bons profissionais a demissão", explica
Giovanna.

TER UMA SÓ FUNÇÃO

"Os bons profissionais hoje são multifuncionais. Mesmo nas áreas
técnicas, é muito difícil as empresas bancarem um profissional que só
atende por uma função", explica Giovana. Ter conhecimento sobre o
funcionamento das outras áreas e poder ajudar em caso de qualquer
eventualidade é um fator que pode manter um emprego.

Ela exemplifica a multifuncionalidade com o exemplo da área de
Recursos Humanos. "Um profissional de RH dentro de uma empresa
geralmente trabalha com recrutamento, seleção, treinamento, integração
e desenvolvimento humano. São várias funções diferentes e saber fazer
tudo de forma eficiente é um diferencial", comenta Giovana.

RELAÇÕES DE PODER

Giovana resume este tópico em maturidade profissional. "O funcionário
precisa saber em que momento e de que forma pode tomar decisões com
autonomia ou apresentar visões que confrontem as de sua chefia
direta", destaca. "Por mais competência que tenha, se ele não tiver
humildade para esperar a oportunidade certa para falar ou confrontar
alguma decisão já tomada pelos que comandam o trabalho dele, será
descartado", complementa.

A imaturidade pode levar a desgastes. "Não se pode invadir o espaço de
alguém que está acima de você. Não necessariamente se precisa
concordar com tudo. Mas saber explicar, com calma e sem tom de ameaça
é mais que necessário para manter-se num emprego", afirma.

BOAS TEORIAS, NEM TÃO BOAS NA PRÁTICA

Um dos motivos que levam muitos funcionários a demissão são os
projetos e programas sofisticados demais para uma realidade que pode
ser bem mais simples. "Há muito bons profissionais, com uma formação
acadêmica a teórica muito boa, que acabam não entendendo a realidade
da empresa e apresentando propostas muito sofisticadas, que não
atendem às necessidades práticas que existem nas companhias", comenta
Giovana.

"São pessoas muito inteligentes em planejamento, mas que não conseguem
conceber projetos que caibam nas necessidades da empresa onde
trabalham", explica a especialista. Ela diz que esse tipo de
profissional gera muitas expectativas que não são cumpridas, e acabam
sendo desligadas por isso.

Outro erro comum nos profissionais com essa dificuldade é prometer
grandes mudanças, esquecendo que não se faz nada sozinho dentro de uma
organização. "Não existe salvador da pátria. Não se meta a ser um",
aconselha Giovana.

NÃO SABER TRABALHAR EM EQUIPE

Giovanna antecipa: timidez não é desculpa para não participar
ativamente de atividades em grupo. "Ter um bom relacionamento
interpessoal não é ser o mais extrovertido ou falante", pondera. "Você
não precisa ser quem fala. Pode ser quem pensa. O importante é
participar", complementa.

Demonstrar desinteresse por projetos ou questões que sejam
desenvolvidas e decididas em equipe pode ser um fator que leva a
demissão. "Mesmo se você for um bom profissional com excelentes
ideias, você precisa saber expor e defender perante ao grupo, sem
ofensas ou problemas", finaliza Giovana.


Att.
Edney Marcel Imme