segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Faculdades da Grande Florianópolis investem em cursos de jogos digitais

Aumento da venda de smartphones e outros aparelhos portáteis alavancou o mercado da região

Faculdades da Grande Florianópolis investem em cursos de jogos digitais Cristiano Estrela/Agencia RBS
Os sócios Kléber Vieira e Daniel San Martin Filho, abriram em 2009 a Fisiogames, empresa da Capital pioneira em criação de jogos para reabilitação de pacientes Foto: Cristiano Estrela / Agencia RBS

A procura por qualificação na indústria de jogos digitais se intensifica na Grande Florianópolis. Tanto que, no ano que vem, mais dois cursos serão abertos na área, desta vez classificados como graduação – Jogos Digitais, na Estácio de Sá, e Design de Jogos e Entretenimento Digital, na Univali.

Com um mercado que ultrapassa 200 profissionais, inseridos em cerca de 17 empresas desenvolvedoras de games para dispositivos móveis e computadores, de acordo com a Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate), a expectativa é de que o mercado cresça ainda mais – alavancado, principalmente, pelo aumento de vendas de smartphones e outros aparelhos portáteis, como tablets.

O coordenador do curso de Jogos Digitais da Estácio de Sá, Clodomir Coradini, conta que a graduação é requisitada pela filial catarinense desde 2006. No Sudeste e Nordeste, onde existe o maior polo tecnológico de games, a oferta já acontecia. O curso abrange ensino de programação e arte para jogos, além de noções sobre mundo dos negócios, um start para quem pretende se tornar empresário no setor.   

— A procura por profissionais nessa linha de conhecimento é bastante intensa no Estado. A área de tecnologia da informação só não cresceu em 2011, na Grande Florianópolis, por falta de profissionais – diz.

Outra instituição de ensino que aposta no mercado é a Univali, que abre vagas, no ano que vem, para o bacharelado em Design de Jogos e Entretenimento Digital – com três anos de duração e que foca na parte artística dos games. Desde 2008, a universidade tem experiência nesse tipo de qualificação, quando ofertou o curso de Tecnólogo em Jogos Digitais, hoje bem citado no mercado de games da Capital.

A coordenadora Alita Maria da Rocha Fernandes defende que, diferente da graduação, o tecnólogo é direcionado para a programação dos jogos, e o curso habilita o profissional em um tempo mais curto do que o curso de Ciências da Computação, que chega a durar pelo menos o dobro do tempo.

Mercado de jogos é a F-1 da computação

– Os alunos, como têm formação sólida na computação gráfica, são absorvidos pelas empresas de jogos e também pelo setor de tecnologia da informação para o desenvolvimento de computação gráfica e aplicação dos games em dispositivos móveis – afirma.

Aproximadamente um ano depois do curso da Univali ter início, os sócios Kléber Vieira e Daniel San Martin Pascal Filho, formados em Ciências da Computação, abriram a Fisiogames, empresa da Capital pioneira em criação de jogos para reabilitação de pacientes lesionados. A ideia deu certo: o programa de computador, desenvolvido por uma equipe multidisciplinar que contou, inclusive, com um psicólogo, é utilizado por clínicas do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Pernambuco.

Vieira compara o mercado de jogos à Fórmula-1 da Ciências da Computação, porque precisa de computadores modernos e utiliza muita tecnologia para construção de detalhes dos avatares e ambientes que comporão o enredo do game. Ele acredita que a abertura de cursos na área ajudarão empresas como a dele, que aguardam por mão de obra qualificada.

– Quanto mais profissionais trabalhando no mercado, melhor para a gente – ressalta Vieira.

Ficou interessado?

- De acordo com pesquisa da Acate, o salário médio de um programador de jogos iniciante em Florianópolis é parecido com o salário médio de um programador tradicional, entre R$ 2 e 3 mil

- Porém, existem programadores de jogos que ganham mais de R$ 5 mil de salário inicial, como aqueles especializados na área de terceira dimensão (3D)

- Há também várias carreiras na área, como programador de jogos, artista, game designer (que faz o projeto do jogo), áudio designer e produtor. Todas essas carreiras ainda possuem diversas subdivisões

- Dennis Kerr Coelho, diretor da Vertical Games, de Florianópolis, e coordenador da pesquisa, conta que a maneira mais fácil de entrar no mercado é fazer um curso com foco em programação de jogos ou arte para jogos