sábado, 16 de maio de 2009

Múltis no país "importam" talentos de subsidiárias


A falta de profissionais qualificados na área de tecnologia da informação (TI) têm feito com que muitas empresas "importem" mão-de-obra especializada de outros países. Com o boom de projetos para atender o mercado interno e externo nos últimos anos, a alternativa encontrada pelas multinacionais do setor instaladas no Brasil é trazer gente de suas subsidiárias na América Latina, Estados Unidos e Europa.

"Fechamos o ano passado com 20 posições em aberto pela dificuldade em achar consultores ou técnicos especializados, principalmente com inglês fluente", afirma Paula Jacomo, diretora de RH da SAP no Brasil. A meta era terminar 2006 com um quadro de 80 pessoas, no entanto o máximo alcançado foi uma equipe de 60. No caso da gigante de softwares de gestão, a matriz na Alemanha é o principal celeiro exportador de consultores seniores para a filial brasileira. "Eles não vêm apenas para driblar esse 'gap', mas também para atuar com tecnologias específicas, pouco conhecidas aqui", explica.

Hoje, há cerca de 20 consultores de fora trabalhando na subsidiária, média que vem se repetindo anualmente. A prática de "importar" profissionais, segundo Paula, é bastante comum na SAP e deve aumentar ainda mais por conta da grande demanda de novos projetos. "Enquanto o mercado continua crescendo de maneira acelerada, a formação de mão-de-obra não acompanha esse ritmo na mesma velocidade". Tanto que na área de desenvolvimento, a estratégia é manter um mix de profissionais locais e de outras regiões.

Prova disso é que o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, alertou que atualmente o Brasil deveria contar com 600 mil trabalhadores nesse setor, mas dispõe apenas de 60 mil. Ou seja, faltam cerca de 550 mil profissionais para atender à demanda. Diante da dificuldade em achar especialistas na tecnologia da SAP, outra saída encontrada pela fabricante foi mudar os pré-requisitos exigidos na contratação. Para gerentes de projetos, experiência na tecnologia da SAP não é mais uma habilidade imprescindível ao candidato. Ele deve conhecer bem alguns setores da indústria, como finanças, telecomunicações e consumo, além da fluência no inglês. "Preferimos formar quem chega", afirma Paula.

Na Getronics, em casos de projetos pontuais em que há um "gap" de gente, a filial não pensa duas vezes na hora de trazer gente de escritórios próximos. No início do ano passado, Marcelo Zanoni, diretor da empresa lembra que suou a camisa para achar profissionais que dominassem telefonia IP, uma das grandes promessas do mercado de telecom. Foi quando, após uma busca intensiva, optou por ter suporte remoto da Getronics no México. "Não precisamos alocá-los aqui, o que encareceria o custo do projeto", observa.

Mas em 2005 Zanoni teve que "importar" especialistas americanos para fazer a atualização de uma versão nova do Windows. "Não tínhamos essa especificação pronta, por isso montamos uma equipe mista, que envolveu dois americanos no projeto, nos permitindo a transferência de conhecimento", conta. Para o executivo, além do problema da falta de mão-de-obra, a evolução tecnológica é tão rápida que fica difícil para o profissional segui-la. "Não é à toa que a situação fica cada vez mais crítica", avalia.

Zanoni, entretanto, vê um cenário mais problemático quando é preciso encontrar profissionais de tecnologia que conheçam a fundo mercados específicos. "Você até pode ter um especialista em cobol ou em mainframe, tecnologias antigas e que poucos dominam. Mas alguém de TI com vivência de negócios é algo meio utópico", ressalta o diretor, de olho no potencial de atuação da companhia, que hoje trabalha forte no mercado financeiro.

A Tata Consultancy Services Brasil (TCS), braço de tecnologia do bilionário grupo indiano Tata, também enfrenta dificuldades em encontrar mão-de-obra qualificada. Mesmo firmando acordos com instituições privadas de ensino para oferecer cursos de especialização em tecnologia, a empresa ainda possui 300 posições em aberto para serem preenchidas. "Trazemos mão-de-obra não apenas para suprir deficiência de gente no mercado local, como também para transferir o conhecimento de nossas metodologias", diz Joaquim Rocha, diretor de RH da TCS.

A maioria dos "impatriados" - estrangeiros que vêm ao país trabalhar - são transferidos por um período que varia de 3 a 24 meses, cumprindo assim um prazo de validade. "São profissionais conhecidos como mentores", explica. "Eles além de transmitirem o conhecimento na nossa metodologia, ajudam também nos projetos globais, porque dominam o inglês". A companhia que já chegou a ter 18 indianos na subsidiária brasileira, conta atualmente com 12 e a expectativa é de que nos próximos dois anos, esse número dobre.

O indiano Sreenivas DSSDP, diretor de TI da TCS no Brasil, é um deles. Há um ano no Brasil, coordena as operações da fábrica de software da empresa em Campinas, interior de São Paulo. Ele acredita que o mercado brasileiro de TI possui um enorme potencial, seja pela boa qualidade técnica dos profissionais ou pelo fator fuso horário que favorece a execução de projetos para países europeus no modelo offshore. "Mas vejo o entrave da língua. O percentual da população que fala inglês é menor se compararmos a países emergentes em TI, como a Índia", diz.

"O inglês pode não ser um problema quando há projetos locais, mas é importante para que as empresas brasileiras de TI não se limitem a prestar serviços apenas ao mercado interno". Sreenivas toma como exemplo as exportações em seu país a Índia, que atingiram a casa dos US$ 17,7 bilhões em 2005. Enquanto no Brasil, esse volume representou cerca de US$ 300 milhões. "Poderíamos ter um desempenho bem melhor se os profissionais de TI falassem mais inglês, o que renderia um número maior de projetos", avalia o executivo.

Para atender à demanda do mercado exterior - principalmente América Latina e Estados Unidos - sob o modelo offshore, a Sofftek Brasil, consultoria de TI, tem "importado" profissionais argentinos. De acordo com Salomão Ascar, diretor-executivo da empresa, a alternativa foi uma forma de resolver a necessidade de se ter técnicos e desenvolvedores de sistemas com inglês fluente e espanhol. "Mesmo assim, não consegui preencher 16 vagas", afirma. Em setembro passado, a filial brasileira abriu 50 posições para os escritórios de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Fortaleza e Porto Alegre.

De olho em consultores SAP e sistemas de business intelligence (BI), a companhia exigiu formação superior e experiência. "Sabemos que o idioma ainda é uma barreira. Nesses casos, vamos apostar na qualificação por meio do e-learning", ressalta Ascar. O executivo reconhece que não há muita saída para enfrentar o aquecimento do setor de TI e, em paralelo, aposta na qualificação via parceria com o centro de competência de Porto Alegre da Unisul. "É imprescindível ter profissionais certificados nas tecnologias que têm um 'boom'", defende.

Na opinião de Marcos Chomen, diretor comercial da Cognos, a questão da falta de gente qualificada é estrutural e trazer gente de fora ameniza, mas não resolve o quebra-cabeça. Ele faz duras críticas ao modelo de ensino das faculdades de informática. "Falta qualidade no ensino e as universidades viraram apenas uma empresa", dispara. "A USP e outras universidades públicas são exceções. Só que quando chegamos nas instituições privadas vemos sair recém-formados mal preparados". É onde, segundo ele, ganham força cursos que qualificam o profissional a prestar exame para as inúmeras certificações. "Aí sim, o profissional adquire conhecimento técnico e, em alguns casos, de negócios, passando a ser valorizados e disputados pelas empresas", afirma Chomen. "Estes têm salários acima da média".

Apesar da Cognos ter programas de qualificação profissional, o executivo defende que apesar desse tipo de iniciativa estar nas mãos das companhias, a obrigação é do governo em melhorar a qualidade do ensino. "Na China e na Índia, os recém-formados saem falando inglês, ao contrário do que acontece aqui".


Att.
Edney Marcel Imme

SAP América Latina responde à demanda de consultores qualificados com o seu programa educacional SAP Professionals

No primeiro semestre de 2007, a SAP formou mais de três mil consultores e já conta com o forte compromisso de parceiros para certificar mais de três mil nos próximos 12 meses. Em função das exigências do mercado, a SAP oferece mais oportunidades de treinamento e uma maior cobertura geográfica. Também oferece o curso especial All-In-One para cobrir as necessidades do setor de pequenas e médias empresas na América Latina

Cidade do Panamá- Como conseqüência do enorme crescimento do setor de software empresarial na América Latina, segue aumentando a demanda de consultores SAP qualificados a oferecerem a empresas de todos os portes as ferramentas necessárias para o sucesso. A resposta da SAP a esta demanda é o SAP Professionals, um programa educativo lançado em outubro de 2006 e que busca capacitar e certificar consultores na área de tecnologia da informação.

Durante o primeiro semestre de 2007, a SAP formou cerca de três mil consultores. Em seis meses, a quantidade foi igual à do ano de 2006 como um todo. Além disso, empresas parceiras da SAP, como IBM, Accenture, Grupo ASSA, Deloitte e as brasileiras Complex, DTS, Polics, Everis. Probank, T-Systems e CPM-Braxis se comprometeram com a SAP para treinar um total de mais de três mil consultores nos próximos 12 meses.

O SAP Professionals se propõe a certificar dez mil consultores em aplicativos SAP até o final de 2008, aumentando em cerca de 7 mil o número dos que estão atualmente capacitados. Para isso, a companhia formalizou acordos com mais de 25 universidades e centros educacionais em toda a América Latina com o objetivo de ampliar a oferta de treinamento SAP e melhorar substancialmente as condições para os interessados.

Em função das exigências cada vez maiores do mercado, a SAP oferece mais oportunidades de treinamento e uma maior cobertura geográfica. O programa SAP Professionals está disponível agora em cidades onde antes não existia a oferta de capacitação, como Montevidéu, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Monterrey, Guadalajara, Medellín, Lima, Rosário e Córdoba.

Além disso, o programa permite capacitação pela Internet em sessões de E-Learning que facilitam o acesso à educação por parte de pessoas em localidades distantes. Desse modo, há uma melhor resposta às necessidades do mercado com a ampliação da cobertura geográfica.

Como aspecto central desta iniciativa, a companhia está incentivando a certificação em massa de consultores SAP, especialmente dos que fazem parte do seu ecossistema de parceiros. Desde julho, está nos sites da SAP Brasil e México (e muito em breve nos de outros países da região) o Mapa de Qualificação de Parceiros SAP. Nele são encontradas informações sobre as soluções ou indústrias nas quais cada parceiro possui um número mínimo de consultores certificados para executar um projeto.

Esta ferramenta facilita aos clientes da SAP a tarefa de identificar os parceiros que podem melhor atender às suas necessidades específicas na hora de implementar projetos SAP. As informações do Brasil podem ser encontradas em http://www.sap.com/brazil/parceiros/qualification/index.epx . As do México, em http://www.sap.com/mexico/partners/qualification/index.epx .

O SAP Professionals se divide em dois modelos principais e complementares: Modelo Ecossistema de Sócios de Negócios - tem como objetivo proporcionar ao ecossistema de parceiros acesso a programas de capacitação e certificação de acordo com um plano de negócios criado em conjunto com a SAP.

Modelo Academias Universitárias - tem como objetivo a formação de consultores SAP certificados através de centros de treinamento autorizados. Por meio de alianças com diferentes centros educacionais e universidades, a SAP educará e certificará jovens profissionais universitários e recém-formados na implementação dos aplicativos de software empresarial SAP demandados pelo mercado.

Os benefícios que os parceiros SAP recebem ao fazer parte do programa SAP Professionals incluem um aumento das oportunidades de negócios, a simplificação do seu alinhamento com a SAP, melhora das suas capacidades, acesso fácil e rápido às informações e ao conhecimento, e um aumento da transparência nos processos. Em resposta às necessidades das pequenas e médias empresas latino-americanas.

A SAP América Latina lançou o novo track Consultor Associado SAP All-In-One dentro do seu programa de capacitação SAP Professionals. O objetivo é treinar consultores na implementação das Melhores Práticas SAP e atender adequadamente às necessidades específicas das empresas de médio porte na América Latina. O objetivo é certificar mil novos consultores no All-In-One até o final de 2007.

Desse modo, a empresa treina consultores SAP novos para que possam realizar configurações não relacionadas com produto em entrega acelerada de baselines para ERP 6.0 com a metodologia ASAP Focus, que permite reduzir em cerca de 32% o período necessário para implementação.

O curso Consultor Associado SAP All-In-One reduz o tempo de capacitação de cinco semanas para somente 15 dias. Ele está dividido em cinco sessões de E-Learning e dez em formato presencial. Os formados receberão treinamento para poderem integrar cenários de negócios no SAP ERP, criarem ofertas de serviço e garantirem entregáveis no menor tempo possível com as melhores práticas, metodologia e aceleradores empresariais da SAP.

Uma das diferenças entre a academia tradicional do SAP Professionals e o novo curso Consultor Associado SAP All-In-One é que a tradicional especializa os consultores na configuração de cada um dos módulos, enquanto o novo track oferece a opção "cross" ou módulos combinados que contribuem com as bases técnicas para responder às necessidades imediatas de uma empresa de porte médio. Isso reduz significativamente os custos e os prazos. Além disso, o conteúdo já está disponível em espanhol e português.

Adicionalmente, os sócios de canal certificados obterão maiores benefícios e pontos no programa de gestão de canais PartnerEdge. Isso lhes permitirá continuar crescendo na escala de valor da SAP, promovendo o seu sucesso e rentabilidade ao comercializar, desenvolver, vender e implementar as soluções da SAP All-In-One em empresas de porte médio. Para mais informações sobre o SAP Professionals na Região Sul: http://www11.sap.com/argentina/sap_professionals/faq/index.epx | México e América Central: http://www.sap.com/mexico/sap_professionals/index.epx | Andes e Caribe: http://www7.sap.com/andeancarib/sap_professionals/faq/index.epx | Brasil: http://www.sap.com/brazil/sap_professionals/index.epx

Perfil SAP - A SAP é a líder mundial em software de negócios. Atualmente, conta com mais de 41.200 clientes, estabelecidos em mais de 120 países diferentes. As aplicações de software da SAP(R) atendem às necessidades tanto das pequenas e médias empresas como das organizações globais. Capacitado pela plataforma SAP NetWeaver(TM), com a finalidade de impulsionar a inovação e facilitar o intercâmbio nos negócios, o software SAP ajuda empresas do mundo inteiro a melhorar as relações com seus clientes, aperfeiçoar a colaboração com seus parceiros e dar eficiência às suas cadeias de suprimentos e às operações comerciais. A carteira de soluções da SAP oferece suporte aos processos comerciais específicos de mais de 25 segmentos da indústria, incluindo alta tecnologia, vendas no varejo, serviços financeiros, saúde e setor público. Com subsidiárias estabelecidas em mais de 50 países, a empresa tem suas ações negociadas em diversas bolsas de valores do mundo, incluindo a Bolsa de Valores de Frankfurt e a Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), sob o símbolo "SAP". | www.sap.com | Por: PR Newswire.

 


Att.
Edney Marcel Imme

Empresas de TI tomam para si a tarefa de formar mão-de-obra

Preocupadas com a falta de mão-de-obra especializada em TI e com o desinteresse dos estudantes de nível médio pela área, algumas empresas nacionais resolveram tomar para si a tarefa de estimular estes jovens a seguir carreira.

Essa movimentação leva em conta a queda de 30% na procura pelos cursos de TI nos últimos cinco anos, segundo dados da Michael Page.

As empresas nacionais escolheram diversos modelos para estimular a formação. Em alguns casos, as iniciativas são dirigidas a universitários que já estejam em cursos relacionados à área. Em outros, o objetivo é estimular estudantes de nível médio a procurar estes curso em TI.

Um exemplo é a parceria mantida desde o início de 2007 entre o Resource, prestador de serviços de TI, e o Centro universitário Unisal, ambos de Americana (SP). Em conjunto com a Oracle, a empresa e a instituição de ensino fecharam parceria buscando melhorar a qualificação dos estudantes de graduação em TI da universidade.

"Somos a principal fábrica de software da Oracle. Com essa parceria, a dificuldade em se contratar profissionais qualificados será reduzida e estaremos com as portas abertas para os estudantes recém-formados", afirma Gilmar Batistela, presidente do Resource.

Outro objetivo do acordo é contribuir para a redução do êxodo de jovens profissionais para outras cidades, como São Paulo. "Estamos decididos a investir fortemente na região e a concentrar as principais atividades de nossa fábrica de software em Americana", garante Batistela. No ano passado, 54 alunos passaram pelos cursos e, para 2008, outros dois cursos que complementam os módulos oferecidos em 2007 estão programados.

Buscando profissionais na universidade
A Tivit é outra que aposta na parceria com instituições de ensino superior, só que com o objetivo de formar seus próprios profissionais.

Desde o ano passado, a companhia tem um acordo com a Universidade Anhanguera com descontos especiais aos funcionários da companhia. "Temos em nosso call center jovens com grande potencial, mas sem condições de fazer um curso superior. A parceria funciona como um incentivo e, ao mesmo tempo, faz com que nosso quadro ganhe em qualidade profissional", explica Caio Silva, diretor de sistemas da empresa.

Atualmente, cerca de 350 colaboradores da companhia fazem curso superior na universidade Anhangüera por causa da parceria. A previsão é que, ao final deste ano, muitos deles tenham bagagem para participar de processos internos de seleção. "As primeiras turmas começaram em junho de 2007 e outras em janeiro de 2008", lembra o executivo.


Att.
Edney Marcel Imme

Brasil formará 53 mil profissionais em 2011; déficit será de 470 mil


Brasil formará 53 mil profissionais em 2011; déficit será de 470 mil


 

O Brasil formará apenas 53 mil profissionais de Computação e Processamento de Tecnologia da Informação em 2011, quando neste mesmo ano, o país precisaria contar com 520 mil profissionais qualificados na área. Não à toa, a formação de mão-de-obra é considerada o "calcanhar de aquiles" para o Brasil reivindicar uma colocação melhor no ranking mundial de serviços de TIC.

Os dados fazem parte da quarta edição do Índice Brasil para Convergência Digital, produzido pela Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom).

Os números foram tabulados a partir de dados oficiais de ministérios e de órgãos como IBGE e DIEESE, por exemplo, apuram ainda um dado que pode ser considerado "vergonhoso" para o Brasil: São formados 750 mestres por ano e 110 doutores. Número bem abaixo de vários outros países, inclusive, com economias inferiores às nossas.

Na devida proporção, observa Roberto Ramos, responsável pela consolidação dos números para a edição do Índice, a China, anualmente, forma cerca de 30 mil profissionais em Tecnologia da Informação.

O Índice Brasil para Convergência Digital existe para mostrar os níveis de penetração das TIC na sociedade brasileira. Referente ao ano de 2007, a quarta edição mostra que o índice brasileiro alcançou a marca de 5,85, quando em 2006, ficou em 5,80 - um incremento pequeno e fomentado pelas telecomunicações e pelo aumento de conectividade (oferta de banda larga, principalmente, nas grandes cidades).

Com esse percentual, no entanto, o Brasil fica bem distante de países como Espanha, Estônia e Portugal, que estão com índice entre 6,50 e 6,90. Para que o país, em 2010, pudesse alcançar essa marca, algumas medidas, observa a Brasscom, deveriam ser implementadas com o suporte do poder público - federal, estadual e municipal - e da iniciativa privada.

Entre elas, a geração de vagas nos principais cursos relacionados com a TI na rede pública; ampliar a participação das FATECs e CEFETs na formação de nível técnico superior em TI e utilizar os recursos de TI como ferramenta pedagógica para alunos e professores visando à melhoria da qualidade do ensino fundamental e médio.

"Um país sem educação não almeja chegar a lugar nenhum. Não basta dar ferramentas é preciso fomentar o conhecimento. Este é o maior desafio do Brasil", sinaliza o presidente da Brasscom, Antonio Carlos Gil.


Att.
Edney Marcel Imme

Segundo dados do IBGE, 57% da população economicamente ativa não tem o ensino fundamental

Segundo dados do IBGE, 57% da população economicamente ativa não tem o ensino fundamental

 

O baixo nível de escolaridade mostra a face obscura da mão-de-obra catarinense. Mais de 1,5 milhão pessoas aptas a trabalhar no Estado ainda não completaram o ensino fundamental, o antigo primeiro grau. Esse pessoal representa 57% da população economicamente ativa (PEA), que segundo a Pesquisa Nacional por Amostra e Domicílio, realizada pelo IBGE em 1999, totaliza 2,6 milhões.
O déficit educacional é perceptível independentemente de estatísticas. Basta visitar qualquer empresa de pequeno, médio ou grande porte para se ter uma vaga idéia da dimensão do analfabetismo que impera no processo produtivo do Estado. Levantamento dos dois últimos anos, feito pela Fundação Catarinense de Educação na Empresa (Fece), mostra que 490 mil trabalhadores com carteira assinada não possuem o ensino fundamental e 736 mil não têm o ensino médio, o segundo grau. A maioria deles se concentra nas indústrias.
O problema é ainda maior para quem depende da informalidade para viver. Neste caso nem levantamento existe. Sabe-se apenas que para cada 2,5 empresas formais há três informais no Estado. "E todas estão na mais absoluta carência de informação", diz o presidente da Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina (Fampesc), Luiz Carlos Floriani.
Para colocar essa mão-de-obra no banco escolar não será fácil. A maioria foi demitida das grandes empresas ao longo da década de 90 devido à abertura do mercado. Segundo Floriani, quem vive no auto-emprego prefere se debruçar sobre o trabalho diário do que estudar. "A pessoa não se dá esse tempo. Dessa forma, fica ainda mais marginalizada, pois além de ser um analfabeto tradicional, é analfabeto tecnológico."
O vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Osvaldo Douat, diz que a questão faz parte de uma problemática social muito mais complexa. "Não adianta escola, se a pessoa não tem acesso a saúde, por exemplo." Nessa linha de raciocínio segue o coordenador de formação da Escola Sindical Sul da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Derci Pasqualotto. O dirigente sindical diz que a ausência de política específica para a escolarização de adultos resultou na alarmante quantidade de trabalhadores sem formação básica no Estado e no País. Dados da CUT mostram que 15,5 milhões de mulheres e homens com mais de 15 anos de idade, a chamada população economicamente ativa, não sabem ler e escrever no Brasil. A média escolar brasileira é de apenas quatro anos, enquanto na Europa a população estuda pelos menos 11 anos.

 

 

Grandes empresas
investem em educação

Programas ajudam a melhorar a qualidade e ampliar o faturamento

Joinville - A mazela educacional é combatida em pelo menos 40 das 50 grandes empresas catarinenses, segundo o programa de educação do trabalho do Serviço Social da Indústria (Sesi). Os exemplos mostram que quem investe na formação de seus funcionários consegue melhorar a qualidade dos produtos e aumentar o faturamento.
A Buettner, empresa têxtil há mais de cem anos no mercado, começou há dois formar seus trabalhadores no ensino fundamental e médio. De lá para cá, já conseguiu reduzir o índice de má qualidade dos produtos que em 1998 era de 9,5%. Em 1999, baixou para 8% e no ano passado fechou em 6,4%.
O faturamento também teve bom desempenho. Três anos atrás a empresa faturou R$ 68 milhões; em 1999, subiu para R$ 99 milhões, e em 2000 para R$ 120 milhões. "Uma fatia desse quadro é resultado do investimento em capital humano. Foram R$ 300 mil só no ano passado", diz o gerente de recursos humanos da Buettner, Arysnaldo Carvalho.
A empresa já formou 62 empregados. O projeto Chão de Fábrica motivou mais 170 pessoas, que estão a caminho da formatura. Os funcionários estudam no horário do expediente. Segundo Carvalho, durante as 8 horas de trabalho cerca de 30 minutos são destinados a tirar dúvidas das matérias estudadas em casa. As disciplinas são divididas em módulos. Os interessados em voltar a estudar ou se alfabetizar pagam 50% do custo arcado pela empresa. Cada empregado desembolsa R$ 12,00.
Na Tigre, líder do mercado de tubos e conexões da América Latina, a formação escolar dos funcionários também se traduz em ganhos de qualidade e produtividade. A empresa não quis revelar números para comprovar a informação do assessor de Recursos Humanos da indústria, Francisco Carlos Moser. "Podemos afirmar que isso (aumento de qualidade e produtividade) efetivamente acontece, à medida que o colaborador passa a ter uma melhor compreensão de manuais, normas, instruções e orientação do coordenador", diz Moser. A primeira turma de funcionários da Tigre vai concluir o ensino médio em outubro.
Os empregados da Vanzin, líder do mercado de reposição de escapamentos, estão familiarizados com as aulas na empresa há seis anos. Ao todo já foram alfabetizados 110 funcionários e familiares. O programa, batizado de "CrerSer", tem parceria com a prefeitura de Xanxerê, onde fica a matriz da empresa. "Devido a esse trabalho já conseguimos a ISO 9001, que possibilita ampliar o nosso mercado", explica o assessor de comunicação e marketing da empresa, Auro Antônio Pinto. (Silvia Pinter)


Att.
Edney Marcel Imme