quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Estresse: não caia em suas armadilhas - Portal UOL


Correria, preocupação, acúmulo de funções, cobranças. Tudo isso junto não poderia resultar em outra coisa que não fosse estresse. O dia-a-dia está longe de ser calmo o suficiente para esquecermos o lado negativo dessa palavra. Agora mesmo, o mundo inteiro passa por um momento que é estressante por si só: a crise econômica. Nos últimos tempos, é ela quem mais tem causado estresse nos profissionais, afirma a consultora da Career Center, Priscila D´Addio. "De maneira geral, situações de crise ou grandes mudanças geram muito impacto no ambiente de trabalho. Tem a questão de o profissional não saber o tamanho da crise e o quanto ela pode afetar em sua vida; outra, de não saber o que vai acontecer, se vai ser mantido com o mesmo chefe ou não. Enfim, são várias coisas que acontecem em função disso e causam, sem dúvidas, muito estresse nos profissionais", analisa.

Priscila afirma que o efeito das cobranças, que aumentam cada vez mais, do excesso de responsabilidades e da pressão do ambiente de trabalho é extremamente negativo e acaba levando as pessoas a um nível de estresse prejudicial. "Cada pessoa vai demonstrar de uma forma diferente. Algumas ficam com irritabilidade excessiva, falta de paciência, angustia; outras transformam isso em desmotivação, o que não é nada bom também", afirma a consultora. Ela diz que independente da forma como é manifestado, o estresse pode prejudicar muito a carreira de um profissional. "Essas reações, muitas vezes inesperadas, acabam complicando a vida do próprio gestor, que não sabe como lidar com as pessoas. As relações liderança x liderado ficam abaladas e podem trazer conseqüências mais sérias", alerta Priscila.

Ele pode ser bom, mas tem limites

Segundo Alberto Ogata, presidente da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), o ser humano precisa do estresse para viver, mas quando ele vem de forma excessiva se torna um problema e pode gerar muitos prejuízos, tanto profissionais quanto para a saúde. "Certo nível de estresse é necessário para fazermos as coisas evoluírem, que é a questão do estímulo, de ter uma certa adrenalina. O que não pode é o estresse crônico, que é aquele que gera problemas. A pessoa está sempre nervosa, ansiosa, com o coração acelerado, com alterações dos vasos sanguíneos, com descargas de hormônios no cérebro. Quando isso fica constante começa a gerar doenças", alerta o médico.

As conseqüências de manter-se nesse estresse crônico, como explica Ogata, podem ser muitas, mas ele enumera as mais comuns e recorrentes:

Enxaqueca;

Depressão;

Ansiedade;

Insônia;

Alergias;

Doenças imunológicas;

Gastrite;

Úlcera;

Problemas de coluna;

Problemas de circulação;

Infarto;

Derrame;

Diabetes;

Câncer;

Falta de estímulo sexual

Como trabalhar com ele?

Conscientizar-se de que, em excesso, o estresse só faz mal é um bom começo. A partir daí é preciso tomar atitudes que ajudem a desacelerar a sua atuação no organismo, sem esquecer que quando controlado, ele pode trazer bons resultados. "Ficar sem estresse é muito ruim, porque se olharmos para ele do ponto de vista positivo vemos como pode ser bom - gera vitalidade, entusiasmo, otimismo, a própria resistência a situações mais difíceis e a produtividade. Então, cabe a cada um de nós tentar fazer essa harmonização para viver bem", diz Priscila.

Algumas organizações ajudam os profissionais nessa difícil missão que é controlar o estresse. Muitas oferecem ginástica laboral, seções de quick massage, outras têm até salas de descompressão, mas se cada um não fizer a sua parte, desestressar torna-se muito mais difícil. "A pessoa precisa querer. É muito importante praticar alguma atividade física, isso ajuda a regular os hormônios estressores; ter uma alimentação equilibrada, pobre em gordura, rica em vegetais e frutas, que também ajudam a controlar esses hormônios; evitar o excesso de estimulantes, como a cafeína, o álcool e outras drogas", aconselha o médico.

Além disso, ele afirma que práticas como meditação e ioga também são muito positivas no combate ao estresse. "O fundamento da meditação e da ioga é a concentração, isso é, a pessoa estar consciente daquilo que faz. Hoje a gente faz muita coisa ao mesmo tempo sem consciência, as pessoas acabam estressadas no final do dia porque agiram o dia todo como robôs. Então, uma maneira de praticar a concentração é a meditação e isso é muito positivo para o corpo e contra o estresse", finaliza Ogata.

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