São Paulo - Pouco atingidas pela crise, companhias do setor de tecnologia mantêm planos de transferência.
Na contramão do que vem acontecendo em quase todas os setores da economia - duramente atingidos pela crise -, muitas empresas de tecnologia da informação têm mantido seus programas de transferência de executivos ao exterior. A maioria com a meta de consolidar ou expandir suas operações lá fora.
A Stefanini, consultoria em serviços de tecnologia, é um exmplo disso. Recentemente abriu um escritório em Chicago, a quarta filial da companhia nos Estados Unidos de um total de 21 unidades espalhadas pelo mundo inteiro. "Desde o início, enviamos três brasileiros", diz Martina Mello, analista de RH da Stefanini e responsável pelos profissionais que atuam na América do Norte
Ignorando a quebradeira das instituições financeiras, a Stefanini dá continuidade a estratégia de crescer 50% nas receitas geradas nos EUA. "Houve cancelamento de contratos, mas muitos outros estão surgindo, o que exige termos profissionais para atender a essa demanda", diz Martina. Hoje, há cerca de 60 profissionais brasileiros morando fora – todos contratados nos respectivos países.
Outra empresa que não recuou em seus processos de expatriações foi a consultoria espanhola de TI, a Indra. No último trimestre enviou seis profissionais – uma média de duas pessoas por mês, para localidades como Argentina, Chile e Espanha. "A crise não mudou em nada nossa política de transferência", destaca Osvaldo Pires, diretor de gestão de talentos da consultoria.
Muito pelo contrário, explica. A companhia, que está presente em aproximadamente 80 países, também vive um momento de expansão. "Vivemos uma escassez mundial de profissionais na área de TI", diz. "E o Brasil, por ter gente qualificada, acaba exportando talentos." Movimento que acaba se transformando em um grande vilão para as empresas que não conseguem preencher seus quadros e ao mesmo tempo são obrigadas a exportar seus cérebros.
Robert Andrade, consultor da Robert Half, empresa de recutamento, explica que o movimento de expatriação deve se manter entre empresas que estão se profissionalizando ou aproveitando o momento pra fazer aquisições. "O caminho para a internacionalização é natural", diz. "Por isso, não vão mudar o rumo em decorrência de uma crise que é passageira." Por outro lado, ele ressalta que há muitas companhias que estão repensando os custos envolvidos e só transferem caso haja necessidade.
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